Maior parte dos cinemas públicos de São Paulo ainda não voltaram a funcionar após a pandemia e os cineclubes enfrentam ainda mais dificuldades para se manterem abertos
Por Gabriele da Luz Mello, Nathalie Rodrigues e Laisa Dias
Cine Eldorado, em Diadema.
[Imagem: Marcos Luiz/Prefeitura de Diadema]
Dos 38 cinemas públicos e cineclubes apurados no estado de São Paulo apenas 14 estão em funcionamento após a pandemia do coronavírus. Não foi possível contatar 4 desses 38 locais. Antes do isolamento social, muitos dos cinemas já apresentavam dificuldades em seu funcionamento e atualmente, a situação parece ser ainda mais preocupante.
Na cidade de São Paulo, uma grande parte dos cinemas encontra-se dentro de shoppings, em locais centralizados e distantes das periferias. Tais cinemas apresentam altos preços e uma quantidade limitada de filmes, já que as exibições são principalmente filmes hollywoodianos, dando menor atenção e prestígio a produções nacionais e/ou locais. Apesar de inúmeras dificuldades, a periferia ainda busca a sétima arte, seja através de projetos para exibição de filmes, seja na produção deles. No entanto, mesmo projetos bem consolidados, como o SPCine, encontram dificuldades.
Uma solução encontrada para levar um pouco da cultura cinematográfica para essas pessoas foi a implantação de cinemas gratuitos ou com preços simbólicos pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Além disso, existem alguns projetos (iniciativas dos próprios integrantes dessas comunidades) que visam aproximar a periferia da sétima arte. "O cinema é uma ferramenta de transformação de realidade", ressalta Tatiane Góis, idealizadora do Projeto CineLaje.
Mesmo sabendo da importância do cinema como forma de cultura e de transformação da sociedade, ainda sim, no momento, há poucos cinemas em funcionamento e, muitas vezes, estes estão localizados em regiões centrais, afastadas das extremidades, como é possível ver no mapa abaixo.
Mapa com localização de cinemas na cidade de São Paulo e Região Metropolitana que possuem preços acessíveis e em regiões periféricas.
[Imagem: Nathalie Rodrigues/ Google Maps]
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