Por Rosiane Lopes
Contexto dos atos
O dia 7 de setembro ficou marcado não só por ser uma data simbólica, mas uma data em que milhares de pessoas foram às ruas em atos e manifestações. Em meio a uma pandemia, bolsonaristas, líderes evangélicos que apoiam o presidente, caminhoneiros, ruralistas e outros grupos sociais — com destaque ao presidente Jair Bolsonaro — fizeram parte dessas movimentações e conclamaram que a população se juntasse a eles.
Os atos pró governo Bolsonaro aconteceram por todo o Brasil, mas seguiram com foco em São Paulo e em Brasília — locais que contaram com a presença do presidente. Com cartazes que pediam intervenção militar e o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro discursou, ignorando a grande crise que assola a população brasileira e direcionou palavras de ameaça ao STF — órgão que supostamente limitaria seu poder.
Do lado oposto aos atos, no Vale do Anhangabaú, também em São Paulo, ocorreu a manifestação contra o governo Bolsonaro que, com base na campanha #ForaBolsonaro, contou com a participação de grupos de esquerda, de entidades populares e sindicais, além do Grito dos Excluídos.
Experiência da cobertura ao vivo central periférica
Participar da cobertura ao vivo dos atos do dia 7 de setembro foi uma grande experiência. Apesar dos problemas técnicos e de momentos sem improviso, trouxemos informações importantes, contextualização e mente aberta para compreender o que se passava nos dois lados da data.
Foi interessante observar como os atos pró e contra o governo Bolsonaro trouxeram como discurso a luta pela democracia, mesmo que toda a movimentação, placas, cartazes e o caráter golpista das falas do representante do Brasil, no ato favorável ao governo, flertasse com ideais antidemocráticos.
Como estudante de jornalismo, ouvir os dois lados foi importante e deve ser uma conduta levada a futuras coberturas e reportagens, mesmo que o direcionamento pessoal esteja a um dos lados. As entrevistas ao vivo possibilitaram redirecionar a atenção para pessoas comuns, com diferentes motivações e que fogem de falas institucionalizadas, como as de políticos e demais autoridades oficiais.
Comments