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Hortas comunitárias na periferia

Plantio pode ser um meio de combate à fome nas favelas


Por Sofia Helena Lanza


Mural da instituição (Imagem: Divulgação/ Facebook AgroFavela Refazenda)


Uma pesquisa nacional realizada pela Central Única de Favelas (Cufa), em 2021, mostrou que o desemprego causado pela crise do novo coronavírus agravou a fome na periferia. Realizado em 76 favelas do país, o levantamento mostra que cerca de 68% dos moradores não têm dinheiro para comprar comida.


Nesse cenário, uma possível ação mitigadora é a implantação de hortas urbanas e comunitárias. Através da produção de parte dos alimentos, é possível garantir mais saúde e segurança alimentar, além de promover educação ambiental, melhoria da saúde mental e uma possível fonte de renda para a população.


“Com a chegada da pandemia, as pessoas não tinham nem máscara para usar, imagine comida. Trabalho com mulheres no combate à má nutrição”, afirma Flávia Rodrigues, coordenadora da horta comunitária AgroFavela Refazenda, em Paraisópolis.



Horta está localizada na segunda maior favela de São Paulo (Imagem: Reprodução/ The greenest post)


A horta (batizada em homenagem à canção de Gilberto Gil) foi inaugurada em outubro de 2020, pela associação de moradores em parceria com o Instituto Stop Hunger, ligado ao Grupo Sodexo.


Utilizando-se de uma área de 900m² cedida pelo G10 das Favelas, o projeto conta com uma horta vertical com capacidade para 960 pés de hortaliças e canteiros para plantio de 60 tipos de legumes, vegetais, frutas e outros. Em 2021, produziram duas toneladas de hortaliças, que foram distribuídas entre os moradores da favela (hoje mais de 100 mil pessoas) e doados ao bistrô Mãos de Maria, que oferece refeições diárias utilizando os alimentos da horta.


Através de oficinas educativas, o projeto busca capacitar mulheres da comunidade, principalmente vítimas de violência doméstica, para que elas consigam quebrar seu ciclo de violência, tenham uma fonte de renda e levem alimentação saudável para suas casas.

“As pessoas acham que quem mora na periferia não pode ter uma alimentação saudável, então quebramos esse paradigma, esse rótulo que nos é colocado", conta Flávia. Ela ainda acrescenta que "ter acesso a uma alface que é sem agrotóxico e levar pra sua casa impacta toda família”.


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